Como é a combinação entre INTP e INFJ, no MBTI?
Bem, há, no MBTI, o mito de que INTP e INFJ seriam uma espécie de par dourado; um relacionamento tudo de bom. Mas, quando olhamos para as funções cognitivas, descobrimos que isso é bastante improvável, e então entendemos quando vimos relatos de pessoas que tiveram esse relacionamento mas não entendem porque ele não é tão bom quanto dizem.
Para chegar a essa conclusão, primeiro precisamos entender: quem é o INTP?
O INTP é um indivíduo que possui Pensamento Introvertido como função principal, auxiliado por Ne – Intuição Extrovertida como função secundária. O INTP autêntico é basicamente um criador de teorias e ideias, alguém que passa bastante tempo procurando se aprofundar no entendimento de como o mundo realmente funciona.
Pois bem, isso significa que o foco principal do INTP é justamente esse: descobrir coisas, e gerar teorias e ideias com seu Pensamento Introvertido e Intuição Extrovertida. Ora, alguém que não consegue dar ouvidos às ideias e pensamentos do INTP acerca do mundo não pode ser um bom par para o INTP, pois essa pessoa simplesmente ignoraria a razão da vida do INTP (seus conhecimentos) por completo.
Esse é o caso do INFJ. O INFJ pode adorar saber mais sobre o fator humano e até mesmo sobre psicologia, enfim, qualquer coisa relacionada ao fator social. Mas quando o INTP quiser conversar com o INFJ sobre suas ideias que não tem a ver com o fator humano, o INFJ tende a simplesmente desconectar da conversa – não se interessar e até achar um pouco desagradável o INTP falar sobre algumas de suas ideias e teorias.
Então, basicamente, o INTP não terá abertura para conversar sobre os assuntos dos quais gosta.
Por que isso ocorre?
Isso ocorre porque, assim como o ISFJ, o INFJ possui Pensamento Extrovertido como sétima função em seu estoque de funções cognitivas – e a sétima função é conhecida como sendo um ponto cego na personalidade.
Portanto, o INFJ comum pode estar ciente de como está o estado emocional das pessoas ao seu redor (por ter Sentimento Extrovertido – Fe – numa posição alta no seu estoque de funções). No entanto, o INFJ não tem ciência do que os outros estão pensando, e, até mesmo por conta disso, não costuma dar ouvidos aos pensamentos das outras pessoas.
Basicamente, o INFJ não possui a ferramenta necessária – que é o Pensamento Extrovertido – para se conectar com sucesso ao INTP. O Pensamento Introvertido e o Pensamento Extrovertido são funções complementares, e não há como o INFJ complementar o INTP tendo o Pensamento Extrovertido como ponto cego – uma função que ele não acessa.
E, uma vez que o INTP é basicamente um criador de teorias e descobridor de fatos, ele não irá se sentir ouvido, reconhecido e muito menos aprovado pelo INFJ.
O INFJ, por sua vez, dificilmente aprova as ideias e teorias do INTP, e raramente quer dar ouvidos a elas. Na verdade, talvez o INFJ prefira que o INTP não comece a falar sobre sua última teoria. Isso não é o tipo de coisa que interessa ao INFJ – a não ser que haja o fator humano envolvido.
Já o INFJ possui Intuição Introvertida como função principal – e o INTP possui Intuição Extrovertida com função auxiliar – e elas são complementares. Isso significa que o INTP não possui dificuldades para receptar os assuntos e interesses do INFJ. Porém, o INFJ possui dificuldade para receptar as ideias do INTP.
E, como são dois intuitivos, eles basicamente vivem no mundo das ideias. E, para o INTP, não seria bom alguém que não conseguisse captar e receptar suas ideias. Por esse motivo, INTP e INFJ não são exatamente um par dourado.
Pelo mesmo motivo, ISFJ não é um bom par para o INTP, e o ISTP que também possui Pensamento Introvertido como função dominante pode não ser um bom par para o INFJ.
Dificuldades
Caso o INTP simplesmente evite falar sobre suas ideias e teorias, e passe a apenas falar dos assuntos que interessam o INFJ – e, de preferência, não se opor ao INFJ, nem contrariá-lo – é possível que consigam conversar bastante.
Mas o INTP basicamente precisa abrir um pouco mão de si mesmo e evitar compartilhar suas ideias que muitas vezes são contraditórias ou discordantes, ou ainda, geradoras de conflitos aos olhos do INFJ.
É também difícil que o INFJ consiga compreender as teorias do INTP, quando enfim as ouve.
Digamos que o INTP do qual estamos falando seja o Einstein. E ele tenha um amigo INFJ. Então, Einstein começa a falar sobre as partículas que deram origem ao Universo, e inicia uma discussão teórica relacionada à física. Seu amigo INFJ não iria exatamente ficar muito empolgado em ouvir, além de dificilmente entender as ideias de Einstein.
Se porém Einstein falasse com um amigo INTJ sobre as mesmas ideias, esse amigo iria dar todos os ouvidos e ficar interessadíssimo, pois teria Pensamento Extrovertido como função auxiliar.
Mas, para Einstein, seria melhor falar com seu amigo INTJ do que com o INFJ. Pois o INFJ não estaria disponível para quem ele realmente é.
Já a relação tende a melhorar se o INFJ fizer um esforço para ouvir mais sobre as teorias do INTP – mesmo que não as interesse muito. O INTP pode precisar apenas de um pouco de motivação em relação às suas ideias.
Bons momentos são possíveis – e podem ser recorrentes
A dificuldade citada acima não costuma aparecer no começo da relação, ficando aparente após um certo período de convivência.
Especialmente no começo podem usufruir de conversas longas e profundas, mas é difícil para o INFJ não desconectar-se da conversa quando o tópico muda para ideias e teorias que não tenham a ver com o fator humano.
Mesmo assim, é possível que seja criada uma conexão profunda entre INTP e INFJ. E, apesar dos baixos, para ambas as personalidades, pode, sim, ser uma das melhores combinações.